Vulvodinia etimológicamente significa dor (dinia) vulvar: sensação de dor e ardor vulvar de intensidade e ritmo variável, levando à dispareunia ou apareunia.
A vulvodinia raramente é acompanhada de prurido. Descrita há tempo (desde o século passado por Skene como sensação de ardência vulvar), depois descrita por outros autores como síndrome da queimação vulvar, na atualidade vem sendo amplamente estudada, sobretudo por ser multifatorial e de etiologia pouco elucidada.
A vulvodinia pode estar acompanhada de vestibulites causadas por DST bacterianas, fúngicas ou viróticas. Pode também ser causada por resposta imune inadequada, sobretudo à cândida. Outras dermatoses, abuso de cáusticos, laserterapia, e mesmo lesões pré-neoplásicas e neoplásicas podem ser causas orgânicas de vulvodinia.
A síndrome da vestibulite vulvar foi descrita por Friedrich(EUA) e bastante estudada e pesquisada pelos membros da ISSVD (International Society for the Study of Vulvar Vaginal Diseases) com destaque para Mac Kay (USA), M. Pelisse (França) e M. Moyal-Barracco (França). Decidimos colaborar com estes estudos na ISSVD observando as variações da doença em nosso país.
Existem basicamente 3 tipos de vulvodinia:
O arsenal terapêutico é grande, variado de atifúngicos orais, anti-histamínicos, derivados tricíclicos, psicoterapia, imunoterapia, até mesmo vestibulectomia posterior em casos extremos.
É fundamental estudar o perfil da paciente percebendo o grau do fator psicogênico influenciando a evolução da doença, abolindo todos os agentes tópicos e instituindo terapêutica mais adequada a cada caso, depois de estabelecido o tipo e a provável etiologia da vulvodinia e/ou vestibulite.